Mais um blog de poemas?

A poesia como arte, objetiva o quebrar das correntes dos formalismos técnicos e acadêmicos que nossas profissões nos impõem, tornando a leitura poética, uma viagem ao éden do pensamento humano e dos prazeres para saciar a fome literária.

Termos de Uso

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

A menina que fabricava manhã e Adubado

Boa noite meus queridos!!!

Poesia exige neuro conexões!! Muitas!!
Com o mundo, com o trabalho, com a vida social, afetiva, etc.
É dessas relações, que o artista da caneta, extrai sua mineralizante inspiração, para transformá-las em manuscritos. Digo mineralizante, porque às vezes ela empedra.
E criamos um hiato, uma acefalia literária que só pode ser retomada com muita leitura.

Bom vamos ao que interessa né!!

Boa Leitura!!!

A menina que fabricava manhãs

Saiu de casa...
Aurora a seguiu alaranjada
O expresso foi seu casaco
E o matutino dia...
Arremessou-se num abraço.

As cores do dia
Paletaram sua íris
Com as geométricas cadências
Das lojas e suas vitrines
Vestidos, bolos, e pães
E colher suja no pires

Era preciso...
Uma novena de “obrigados”
Para aquela manhã sinestésica
Não cair na rede do sol
Não dar fuga aos desabrigados

Assim Camila se foi...
Vendo o ar fresco
Ser exterminado
Pelo poder da ânsia e da pressa
Pela ópera do olhar do descaso
Correndo louca para alcançar
O ônibus lotado
Com destino ao novo passado.



Adubado

Eu sentei...
Em cima da montanha
De palavras tortas
E dormi...
Ao lado de um pronome
Que como um cavalo, trota.

Eram todas feitas...
Para você, seu intelecto
Sem design, sem álcool, ou fel
Mas quando misturadas no afeto
Faziam do nosso amor, um bordel.

Até queríamos arrotar flores
Mas os crisântemos, e as rosas
Ainda assim, com toda sua prosa
Insistem em perpetuar à sua moda
Os espinhos das fases de outrora.

Venha você, aqui comigo
Capinar nossos cérebros
Tirar daninha erva do jardim
Pois mesmo que rosas se plantem
Adube-as com estrume de querubim.







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O trabalho A menina que fabricava manhãs e Adubado de Mauricio Legionario Soares está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://legiaodepalavras.blogspot.com.br/.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Enamorado e Alado Romeu

Olá leitores!

Conciliar trabalho e hobby não é fácil!
Ainda mais quando tentamos transformar o hobby em trabalho!
Mas vamos lá...Depois da ausência, vem a recompensa!! (Falsa rima), rs!
Pretendo, mas não prometo, divulgar todos os poemas aqui, que um dia serão compilados e transformados em livro!!
Então, vamos lá!!
Boa semana à todos!!


Enamorado

Tocam-me as flores
Em sua mais pura essência
Nos espinhos, afligem-me as dores
Que no caminho encontram querência.

Dionísio entorna o Hidromel
Em êxtase recita os salmos
Desce aos infernos de Azazel
Acaricia Leviatã e o deixa calmo.

Acordando em chão batido
Embriagado, retorna a si
Sua nudez de anjo caído
Faz-te lembrar: O inferno é aqui.

Trabalho árduo é o que te espera
Na senzala, sua memória tranca
Em sua amada encontra a esfera
Cujo interior jaz a esperança.





Alado Romeu

Conectado com a Fonte
Gracejo louvores ao meu amor
Intuitivo, Morfeu me abraça
Nas veias do acaso, finjo um torpor.

Abanando as asas de Ícaro, um afago
Alçarei voos no Éon
Meu palafrém percorre o Olimpo
Atrás do véu e do seu abraço.

Casa, montanhas e sua cabeça
Seu corpo reconhece meu ardor
Caem as cortinas do nosso desejo
Nada impedir-te-a de me amar, nada.





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quinta-feira, 24 de abril de 2014

Fast-poem!

Olá leitores!!

Nossa vida atribulada, mudou até nossa forma de ler!
Textos rápidos, estão tomando o lugar das monografias textuais, que comumente encontrávamos nos jornais e revistas.
Como a informação passou por um processo de automatização, a produção literária aumentou exponencialmente. Vemos facilmente a notícia, que antes demorava até o início do Jornal Nacional, chegando em questão de segundos aos nossos monitores. A única questão é: Será que as fontes que pesquisamos, são confiáveis? Nesse bombardeio informacional, conseguimos retirar com clareza e discernimento, aquilo que realmente tem veracidade e relevância?
É desse motivo primordial, que nasce a necessidade de incentivarmos a leitura, cada vez mais cedo em nossas crianças, pois o julgamento equilibrado, livre de preconceitos e conjecturas, nasce de uma mente lapidada por conhecimento e sabedoria, adquiridos por boa leitura e bons professores!!!
Abraços meus queridos!!!!












Tocador de tocadores

Fui de banda tocar
Musicados acordeões
Inspirado por musas
Afinei os corações
Canções fáceis e difusas.

Fui de arranque melodiar
Modas, fados e fabordões
E uma chuva de palmas
Preludiando entonações
Devolvendo paz as almas.

Quero overdose de música
Quero asfixia de ritmos
E na mais musicada poesia
Causar maremoto em teu istmo.

Cada nota que cai
É um carinho lombar
Assim existe a canção
Para a semente vigorar.

Ponha no colo
A formosura, uma pintura
Na acolhida peça poesia, sinestesia
Música de fato, um adágio
Cancioneiro para você, de “A” a “Z”.








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segunda-feira, 17 de março de 2014

Retorno do Mau!

Boa tarde leitores!

Ressaca!!
Sim, mas a minha foi mais digamos:  publicitária, pois já algum tempo não publicava algo no blog.
Farei como toda a sociedade: colocarei a culpa no controlador do tráfego orgânico, também conhecido como tempo. Atarefado com a leitura de inúmeros livros, abstive-me de galardoar vocês com meus poemas (presunçoso esse menino!!!), mas retornei da armada, trazendo no arcabouço, muitos poemas novos.
Estive traçando um paralelo ultimamente, fazendo analogia com minha profissão de Técnico em Segurança do Trabalho, e os poemas que entalho em meu caderno, e descobri uma relação de ambiguidade: ambas tem caráter prevencionista.
Enquanto a primeira resguarda a integridade física dos trabalhadores e promove sua saúde ocupacional no ambiente de trabalho, a segunda ocupa-se de manter o intelecto salubre, através da leitura prazerosa que pontilhadas nas minhas linhas, facilita o acesso mais rápido aos Campos Elíseos da literatura. Agora por favor todos em uníssono: Óooooh!!!
Bom pessoal, deixando de lado as abstrações humorísticas e entrando no campo da literatura, publico agora para vocês, alguns poemas recentes, outros nem tanto, e algumas pílulas poéticas de fácil absorção.

Boa leitura à todos!!

Receituário da vida

1º Movimento

Faça um bolo
Com incipiente receita
O amor como ingrediente
É misturado com gosto
Sempre com a mão direita

Fica mais fácil
Quando as mãos que o fazem
Sujas de afeição
Fazem da fissão dos itens
Sabor e aroma dessa fusão

O atrito da colher
Tem a cadência dos amantes
Viscoso caldo transforma
Em concreto aromatizante
A doce sopa que nos molda.

2º Movimento

Sentimento turmalino
Calçado em pedra ametista
É uma pena...
Aqui a selva se desdobra
Em concreto, aço e vidro fascista.

Vivendo e transitando
Nessa cinza escuridão
O coração empedra, calcina
Mesmo que a visão minta
Nada engana a imaginação.

Eu quero jogar
Confetes no breu espaço
Guache no negro cosmo
Pigmentos na amurada de aço
Deitar o mundo em meu colo
Cozinhar as folhas de almaço.




Colagens

Vivo assim
Prateado e pranteando
É uma tentativa
De ascender meus poemas
Ao ouro que fica se bronzeando

E permaneço
Com um olhar platinado
Fraco, desmedido
Achando ação e movimento
Na desenvoltura da sua libido.

Uma coleção de figuras
Geométricas, matemáticas
Foi preciso na engenharia
Do seu corpo, natureza enfática
Um exército de Pitágoras
Para formular sua fantasia.

Quantas oitavas há?
No seu corpo violáceo
Me deixes dedilhar
Consigo uma semifusa fácil
Faço ele entoar
Canção do amor volátil.



Versejando

Que as palavras sejam
Como os cachos de teus cabelos
Onde a escova desliza faceira
Sinuosa como os poemas de Coelho.

Que meu guarda-chuva
Se perca na tempestade
Quando o conhecimento me afogar
No livro da insanidade.

Que as equações do meu clima
Resultem em positiva primavera
E que a portadora do inverno
Pereça em solene Quimera.

Porque meu perene candiero
Só irá findar sua réstia de luz
Quando todas as rimas
Convergirem num ponto em cruz.





Pílulas poéticas










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domingo, 9 de fevereiro de 2014

Mercado Literário e mais pílulas!!!

Olá meus queridos!!

A dificuldade de ser escritor no Brasil, está enraizada em vários aspectos da nossa cultura, sejam elas de ordem histórica, social, política, administrativa e comportamental.
Das várias explicações que podemos citar, que corroboram a tese que um autor no Brasil, para poder ser “lido”, tem que ser comercial, é a que eu chamei de xeno-cleptomania. Ou seja nos apropriamos de tecnologias, ideias, termos, palavras, e de muitos outros estrangeirismos que contaminam nosso mercado literário, e tentamos imprimir isso no nosso quadro cultural, fenômeno esse encarado pelos intelectuais como modismo.
Não que seja errado gostar do que vem de fora, mas a massificação de publicações estrangeiras vem atingindo quase um ápice de idolatria aos autores de outras regiões do mundo.
Com esse efeito, surgiu um novo fenômeno entre os leitores mais jovens; que é ao de recorrer aos épicos literários de nossa Brasília Terra, onde reavivamos as memórias de Mário de Andrade, Machado de Assis, e por aí vai.
Apesar de esse efeito ter seu ponto positivo, ele exonera os autores novos, e impede uma visão crítica sobre as novas obras, cujas formações literárias, acorrentam-se aos rebuscamentos dessas grandes publicações, tornando o processo de qualificação crítico, dependente de um arcadismo temporal que já não volta mais.
Outro ponto importante à ser citado nessa vertente é o: tempo. Sim, este ser invisível, mas controlador de nossas vidas, já virou moeda de troca. Em nossas atribuladas vidas, ter o controle sobre esta “entidade”, é quase uma utopia. Uma vez que para administrar o tempo, é necessário ter : tempo!
Devotados a controlar sua capacidade de tirar o nosso lazer, uma das coisas que deixamos de fazer, porque “ele”, não nos permite, é ler.
Com uma janela temporal cada vez menor, o hábito da leitura, começa a ser condicionado pela capacidade de compreensão de pequenos textos, que não contém a qualidade redacional necessária para o entendimento, uma vez que a clareza, a concisão e a objetividade da mensagem ficam presas aos neologismos e gerundismos, dessa nova forma de comunicação.
Não podemos deixar de citar também, o impacto nos nossos hábitos de leitura, que as mídias sociais imprimem, pois condicionados a uma janela de tempo cada vez menor, os textos e artigos rápidos, impulsionados por ferramentas como o Tweeter por exemplo, trouxeram e agregaram novos hábitos e preferências ao setor de comunicação em massa.
É nessa tentativa de adaptação de uma leitura mais dinâmica, que a comunicação fica com enormes disparidades de compreensão, pois abre uma infinidade de interpretações subjetivas, entre emissário-receptor.
Para se ter uma ideia da dimensão que essa atmosfera gerou, não é difícil encontrar na web, vários profissionais, ministrando cursos e mais cursos, sobre a dinâmica da comunicação em massa, cujo objetivo é proporcionar ao aluno uma comunicação rápida e concisa cuja mensagem seja clara e objetiva e sua assimilação bem digerida pelos receptores.
Outras barreiras encontradas no mercado literário são as dificuldades burocráticas para a difusão de novas obras, uma vez que o grande público, sempre recorre a autores já consagrados, para aumentar suas coleções.
Sabemos muito bem que as editoras sobrevivem de vendas, e se a obra fica estagnada por um determinado tempo, logo é retirada do catálogo, paralisando assim suas vendas, e por consequência sua difusão.
A publicação, que antes era uma via-crúcis, hoje virou uma questão de microfinanciamento, pois editoras com menos expressão, oferecem aos novos autores, todo o trabalho de edição, revisão, editoração, diagramação, impressão, acabamento, arte-final, para seus projetos, com a escolha de quantos exemplares deverão ser confeccionados e qual a forma de distribuição.
E é nesse universo licencioso, que talvez a dinâmica, gere a falta de qualificação por parte dos novos autores, pois a facilidade de publicação, pode contribuir para uma visão menos crítica dos próprios manuscritos, que deveriam passar antes por uma revisão criteriosa, para que o autor corrija suas falhas redacionais e aumente sua capacidade de compreensão.
Mas será que conseguimos compactar informação, de modo a gerar uma mensagem com qualidade suficientemente compreensível?
Três motivos para cultuarmos o hábito da leitura:

Riqueza léxica: Quanto maior o volume de livros ou artigos ou até mesmo textos que lemos, maior será a bagagem de palavras novas que agregaremos ao nosso compêndio, tornando assim mais ricos os nossos textos.

Etimologia: Quando nos deparamos com palavras novas, nada mais natural do que recorrer à um bom dicionário, assim além de conhecer o significado das palavras, conhecemos também sua origem e as mudanças que a palavra sofreu, durante as transformações sociopolíticas do mundo.

Semântica: As palavras mantêm relações entre si, tanto historicamente, como em sua evolução em determinada cultura, assim quando conhecemos sua raiz, sabemos qual a aplicação correta que podemos fazer, e sua empregabilidade nos textos.
Concluindo:
O fato é que: Para gerar conteúdo, temos que ter conteúdo. Essa máxima ainda perdura nos tempos atuais, criando esse paradoxo que na atribulada corrida diária, nos abstém da leitura prazerosa, canalizando nossa cognição para leitura informativa. Fato esse que infelizmente não podemos mudar.
Abraços à todos!
E não durmam sem antes tomar as pílulas poéticas!!!















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